Cenário para economia está melhor em qualquer número que se olhe, e não faz sentido o Copom esperar mais
Em qualquer número que se busque, o cenário visto por economistas ligados a bancos e corretoras para a economia está bem melhor do que o que antecedeu a última reunião do Copom, o comitê de política monetária do Banco Central que volta a se encontrar nesta semana para decidir os juros.
Quando esses especialistas foram convidados a dizer, em 28 de abril, alguns dias antes do encontro de maio, o quanto imaginavam para o IPCA, achavam que ia ficar em 6,05%. Agora, a projeção é de 5,12%, o que quer dizer que a expectativa caiu quase 1 ponto.
Para 2024, que é o horizonte que o Banco Central está olhando, achavam que ia ser 5,18%, e agora está em 4%. Ou seja, mais de 1 ponto percentual de queda.
O dólar, que na época girava em torno de R$ 5, está sendo negociado hoje abaixo de R$ 4,80. Tem caído bem, e isso tem impacto na inflação. Os analistas ouvidos pelo Focus já esperam que a moeda americana feche o ano em R$ 5, e antes da última reunião do Copom, acreditavam em R$ 5,20. Para 2024, era de R$ 5,25, agora é R$ 5,10.
Os economistas também acreditavam que a Selic terminaria 2023 em 12,50%, e agora esperam 12,25%; para 2024, esperavam 10% e agora projetam 9,50% no final do ano que vem. No caso do PIB, a previsão era de alta de 1%, e agora acham que vai subir 2,14%.
O fato é que o mercado está muito mais otimista com a conjuntura deste ano e do próximo, em qualquer dado importante para a macroeconomia que se olhe.
Isso é suficiente para reduzir a Selic agora? Não. Sabemos que o Banco Central não vai baixar a taxa agora. Provavelmente vai dizer que cai em agosto, mas tem gente que acredita que só será reduzido em setembro.
Parte dos economistas ainda acredita que o BC não vai bater o martelo, e sim deixar a porta aberta, tanto no comunicado da decisão como na ata da reunião, que sai uma semana depois.
Virão alguns sinais de fumaça, mas os dados mostram que as condições para a queda da Selic estão dadas. Não faz sentido o BC esperar mais. Todos os indicadores estão melhores.