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O céu é o limite: O futuro do setor de entregas com a mobilidade aérea e inteligência artificial

O Brasil conta com 1,5 milhão de trabalhadores em aplicativos de transporte, seja realizando viagens de passageiros, seja prestando serviços de delivery que somam 39,5% (ou 589 mil) trabalhadores no setor. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Conforme o número de trabalhadores neste setor cresce, aumenta também a gama de aplicativos que oferecem entregas inteligentes, trazendo novas tendências de mercado e diferenciais atraentes aos usuários.

Para Bruno Muniz, sócio-executivo da Gaudium, startup de tecnologia focada em mobilidade urbana e logística, a atenção às novidades do setor são cruciais para que as empresas possam oferecer a melhor experiência aos seus clientes. Ele destaca que nos próximos anos, movimentos que têm surgido de forma mais discreta devem ganhar impulso e se firmar, como é o caso da descentralização dos grandes aplicativos de entregas e do crescimento das entregas por mobilidade aérea. Essas tendências estão transformando o panorama da logística, promovendo uma abordagem mais diversificada e eficiente na distribuição de mercadorias.

Pensando nos próximos passos para o setor de entregas, o especialista listou as quatro grandes tendências promissoras. Confira:

  1. Foco em apps de transporte locais
    Em vez de um grande aplicativo multinacional presente em todas as cidades do Brasil, Muniz aponta a tendência do fortalecimento dos aplicativos regionais, que conseguem se conectar mais aos motoristas e consumidores por serem geridos por empreendedores da região. Muitas vezes, eles até oferecem diferenciais atraentes àquela localidade específica.

    2. Mobilidade Aérea: Drone Delivery

A mobilidade aérea, especialmente por meio de drones, está se tornando uma realidade cada vez mais presente no cenário das entregas. Empresas como Amazon, UPS e DHL estão investindo em sistemas de entrega por drones para agilizar o transporte de pacotes.

“Essas aeronaves não tripuladas podem navegar por rotas diretas, evitando o tráfego terrestre e reduzindo os tempos de entrega. Além disso, os drones podem acessar áreas remotas ou de difícil acesso, alcançando locais onde os métodos tradicionais de entrega enfrentam desafios logísticos”, comenta o especialista.

3. Inteligência Artificial e roteamento otimizado

A inteligência artificial desempenha um papel crucial na otimização das operações de entrega. Algoritmos avançados são capazes de analisar uma variedade de variáveis, como tráfego, condições climáticas, demanda sazonal e padrões de consumo, para determinar as rotas mais eficientes e prever com precisão os horários de entrega. Isso permite uma alocação mais inteligente de recursos e uma redução nos custos operacionais.


4. Monitoramento em tempo real e carros inteligentes

A conexão 5G chegou no Brasil oficialmente em julho, mas deve levar mais alguns anos para chegar em todo país. Para Muniz, o impacto do 5G será visto em dois momentos, no curto e no médio prazo. No curto prazo, motoristas e consumidores podem acompanhar a localização exata de seus pacotes e receber atualizações instantâneas sobre o status da entrega. Isso não só aumenta a transparência, mas também melhora significativamente a experiência do cliente.
 

Além disso, a realidade aumentada dentro do transporte por aplicativo deverá aparecer mais vezes, por exemplo, com imagens reais de pontos de embarque dos passageiros, o que evita o desencontros com motoristas.

Para o médio prazo, Muniz acredita que a tecnologia abre espaço para os carros inteligentes, já que eles necessitam de muita informação em tempo real para operar, o que só agora, com o 5G, tornou-se viável. “Muitas empresas já investem fortemente na criação de carros inteligentes, que junto do auxílio da tecnologia de quinta geração, pode fazer eclodir uma das maiores revoluções já vistas dentro do setor da mobilidade urbana”, afirma o executivo.

Sobre a Gaudium

Gaudium, dona da Machine, é uma empresa de tecnologia criada em 2011 pelo cientista da computação Bruno Muniz e pelo engenheiro Ricardo Góes. Hoje, a startup é focada nos mercados de mobilidade e logística, e já participou de dois Programas de Aceleração Scale Up da Endeavor. Em 2024, foi destacada na lista do Estadão como uma das 100 empresas mais influentes em mobilidade no Brasil. Além da Machine, a empresa é dona do 55content, o principal portal de notícias sobre aplicativos de transporte e entregas do Brasil.

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