A saúde mental das pessoas empreendedoras

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que o Brasil é o terceiro pior país do mundo em termos de saúde mental, ocupando o 62º lugar em um ranking de 64 países. Na prática, mais de 33% da nossa população enfrenta problemas dessa modalidade. Um estudo conduzido pela Endeavor Brasil – em parceria com a BID Lab, Flourish Ventures e ANDE – aponta que os impasses com a saúde da mente, no mundo, são ainda mais graves entre empreendedores e empreendedoras: sete em cada 10 das pessoas que empreendem terão desafios dessa ordem ao longo da jornada.

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Primeiro estudo no Brasil com esse recorte, o levantamento levou em consideração a performance de pessoas fundadoras à frente de scale-ups (empresas de base tecnológica que crescem de forma acelerada em geração de receita e empregos). Foram analisados dados de 118 participantes no Brasil; entrevistados 12 especialistas; e produzidos insights de sete estudos de caso com base em experiências e boas práticas em empresas de tecnologia.

Entre as conclusões da pesquisa, 56,8% dos entrevistados consideram suas rotinas estressantes ou muito estressantes; 94% revelam terem vivido, pelo menos, uma situação adversa de saúde mental ao longo da sua jornada; 77,1% tiveram duas condições; e 38,1% três ou mais. Esses episódios foram evidenciados por crises de ansiedade (85%); burnout (37%); depressão (21%); e ataques de pânico (22%). Esse cenário se estabelece, sobretudo, em momentos de instabilidade e incerteza, somados à pressão de liderar um negócio de alto crescimento.

No recorte de gênero, a pesquisa revela que as mulheres empreendedoras têm mais condições adversas de saúde mental do que homens, especialmente episódios de ansiedade (88,2% ante 84,2%) e ataque de pânico: elas 29,4%, eles 20,2%. A percepção de que a jornada de trabalho é mais estressante é maior entre elas: 76,5% contra 54,5%.

A situação financeira da empresa e os desafios da captação de recursos são dois fatores de estresse, especialmente entre pessoas negras e mulheres. No levantamento, tanto mulheres, quanto as pessoas negras o índice do medo de fracassar é o mais alto: 30,3% (mulheres) e 29,4% (negros) ante 10,4% dos homens entrevistados; 22,2% de empreendedores brancos temem o fracasso.

A pesquisa mostra que 50% dos empreendedores buscaram atendimento psicológico; no recorte das empreendedoras, o índice sobe para 70%. De qualquer forma, esse resultado indica que precisamos melhorar os apoios; dar mais visibilidade ao problema para que as pessoas que empreendem se dediquem tanto à própria saúde da mente quanto aos seus negócios. Para saber mais, a íntegra do estudo está disponível no link: https://endeavor.org.br/saude/.

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