Avanço da educação profissionalizante
O Censo Escolar divulgado na semana passada trouxe a boa notícia de que o sistema educacional recuperou as perdas provocadas pela pandemia de Covid-19, e o número de matrículas está crescendo significativamente.
Dentro da boa notícia, outra traz expectativas de um futuro de mais oportunidades: o crescimento do ensino profissionalizante brasileiro.
De 2021 a 2023, o avanço foi de 25,5%, o maior entre os diversos setores investigados. Somente em Minas Gerais, o número de vagas em educação profissional nesses três anos passou de 144 mil. Isso é mais que o dobro do segundo colocado, o Estado de São Paulo (61.277).
Trata-se de uma guinada muito desejada pelos jovens. Dados divulgados pelo Itaú Educação e Trabalho, com base em pesquisa do MEC, mostram que 80% dos adolescentes procuram uma formação que os capacite a exercer uma profissão no futuro.
Mas é ainda mais necessária para o desenvolvimento do país. No último ranking internacional de produtividade da força de trabalho, divulgado em junho de 2023 pelo Institute for Management Development, o Brasil aparece em 61º lugar numa lista de 64 nações. E um dos principais fatores para essa posição está na deficiência de capital humano.
De acordo com o Education at a Glance 2023, levantamento exaustivo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 11% dos jovens entre 15 e 19 anos no Brasil estão matriculados em programas profissionais, enquanto a média da OCDE é 37%.
Um estudo da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC aponta que, se o país tivesse 4 milhões de alunos matriculados no ensino profissionalizante (hoje são 2,4 milhões), o PIB cresceria 1,34%. Parece pouco, mas significaria cerca de R$ 14 bilhões, ou quase o valor do orçamento do Ministério da Agricultura para este ano.
O país precisa investir mais no ensino profissionalizante, capacitando os jovens para uma economia de terceiro milênio e gerando maiores e melhores oportunidades de trabalho e de futuro.