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Buracos, lama e motoristas com medo: única rodovia que liga RR ao resto do país, BR-174 tem longo trecho com atoleiros

São 30 quilômetros onde os buracos, o barro e a lama predominam a única rodovia que liga Roraima ao restante do Brasil. No trecho da BR-174, que fica dentro do território indígena Waimiri Atroari, a situação é de abandono. O asfalto deu lugar aos atoleiros e os motoristas que precisam viajar de Boa Vista para Manaus, capital do Amazonas, temem pela própria vida: “o risco de vida é muito grande, a gente passa por isso se apegando a Deus”, diz um dos caminhoneiros.

O trecho crítico se inicia na ponte que corta o rio Alalaú, logo na divisa entre Roraima e Amazonas. O g1 percorreu o trajeto nessa quarta-feira (8) e conversou com pessoas que enfrentaram o barro e a lama do caminho. Sem asfalto, o trajeto que poderia ser feito em meia hora tem demorado até duas horas.

Os longos caminhões com cargas pesadas — que passam quase a todo o momento — se desdobram para conseguir atravessar o trecho. Para enfrentar o lamaçal, caminhoneiros precisam diminuir drasticamente a velocidade, e usar uma manobra chamada por eles de “meia-banda”, que consiste em apoiar todo o caminhão em apenas um lado da pista — o que pode resultar no tombamento.

Caminhoneiros reclamam que pela condição da rodovia, dobrou o tempo para concluir o trajeto de Boa Vista até Manaus. Antes, 12 horas eram suficientes para a viagem. Agora, sem asfalto, alguns passam um dia inteiro na rodovia.

“A rodovia não está dando condições para a gente trabalhar. O risco de vida é muito grande, a gente passa por isso se apegando a Deus para não tombar uma carga e não se ferir. Ainda agora minha esposa me mandou mensagem perguntando se eu estava bem pois é sempre um desafio você atravessar aquele trecho indígena”, disse o caminhoneiro.

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