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Morte de jovem pela polícia causa distúrbios nos arredores de Paris

A morte de um jovem, pela polícia, na cidade francesa de Nanterre, durante tentativa de fuga, originou uma série de distúrbios nas últimas horas nos arredores de Paris, levando as forças de segurança a deter 24 pessoas.

O responsável pela polícia de Paris, Laurent Núñez, explicou ao canal CNews que os manifestantes incendiaram 42 veículos, além de máquinas utilizadas na construção, e insistiu que os 350 policiais destacados durante a noite impediram roubos em lojas e outros edifícios.

“O dispositivo durará o tempo que for necessário”, disse Núñez sobre a manutenção do aparato policial nos próximos dias, acrescentando que 24 elementos das forças de segurança ficaram feridos nos confrontos.

Ele adiantou que esses tumultos já eram esperados, após o incidente da manhã dessa terça-feira (27) em Nanterre, referindo-se à morte de Naël, um jovem com supostos antecedentes criminais que dirigia sem documentos. Depois de receber ordem da polícia para parar, tentou fugir com o veículo e acabou morto a tiro.

Um vídeo dos acontecimentos, registrado por uma testemunha, mostra como um dos agentes, um brigadeiro de 38 anos, apontou a arma diretamente para o jovem na janela do carro, enquanto o outro falava com ele do mesmo lado. Ambos os agentes foram detidos.

A Justiça abriu duas investigações, uma delas por homicídio voluntário, e a segunda por causa da fuga da vítima. Essa decisão tem provocado a indignação da família do jovem que, de acordo com a sua advogada, “não se pode julgar um morto”.

Em declarações à estação France Info, Cambla indicou que a família pretende apresentar queixa por falsificação, considerando que os agentes envolvidos no incidente mentiram em seu primeiro depoimento.

A advogada insistiu que a reação da polícia foi “absolutamente ilegítima” e que “não se enquadra no quadro da legítima defesa” porque “sentir-se ameaçado não basta para disparar uma bala no peito”.

O incidente gerou uma reação política, especialmente de alguns dirigentes de esquerda, que denunciaram o grande número de mortes por elementos policiais, que contam com a legítima defesa, principalmente quando o condutor foge de um posto de fiscalização.

A estrela da seleção francesa Kylian Mbappé também reagiu, em mensagem na sua conta no Twitter: “A França magoa-me. Uma situação inaceitável. Estou com a família e parentes de Naël, esse anjinho que se foi cedo demais”.

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