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Educação midiática: governo federal anuncia formação a 700 mil profissionais

Promover a análise crítica das notícias e oferecer subsídios para a formação cidadã são as bases da educação midiática, assunto que está no foco do governo federal. Nesta quinta-feira (23), o diretor do Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática da Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Meirelles, anunciou que o governo vai formar 300 mil profissionais da educação e 400 mil profissionais da saúde em educação midiática, conforme previsto no Plano Plurianual 2024-2027.

“Com as organizações parceiras, a gente tem subido cursos no ambiente virtual de aprendizagem do MEC [Ministério da Educação], o AVAMEC, que é o ambiente mais adequado para oferecer as informações para os professores da educação básica”, afirmou. 

“Vamos ter cartilhas e guias. Tem também os 400 mil profissionais de saúde porque a gente sabe da desinformação do debate das vacinas. Precisamos ter os agentes de saúde como parceiros no combate à desinformação. Essa é uma estratégia que a gente vai desenvolver com o Ministério da Saúde.”

A informação foi anunciada no primeiro dia do Encontro Internacional de Educação Midiática, realizado pelo Instituto Palavra Aberta. Fábio também divulgou a primeira edição da Olimpíada Brasileira de Educação Midiática, que acontecerá em parceria com instituições de ensino superior e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O evento deve mobilizar 400 mil estudantes de todo o país.

“A Olimpíada nada mais é do que uma grande chamada de mobilização das escolas, dos estudantes, dos professores, do sistema de ensino para discutir o tema da educação midiática. A gente precisa trabalhar a educação midiática para que os estudantes tenham consciência da construção dos algoritmos, das plataformas, saibam checar a informação, entender qual é a fonte, não cair em desinformação, não multiplicar essa desinformação. É fundamental trabalhar todo esse letramento digital para a consciência crítica e cidadã dos estudantes”, disse Fábio.

O representante governamental também indicou aos participantes o acesso à EBEM (Estratégia Brasileira de Educação Midiática), documento que reúne iniciativas para a promoção da educação para as mídias. Construída a partir de consulta pública que recebeu mais de 400 contribuições, a estratégia está alinhada com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que apresenta referências relacionadas à educação midiática em pelo menos seis de suas competências gerais para a educação básica.

Objetivos da Estratégia Brasileira de Educação Midiática:

– Qualificar profissionais da educação e multiplicadores para a educação midiática, promovendo sua formação e qualificação continuada e ofertando recursos e conteúdos pedagógicos adequados aos diferentes públicos e às diversas habilidades e competências a serem desenvolvidas.

– Promover o ensino e a aprendizagem das habilidades e competências para a leitura e participação crítica na experiência com as mídias em espaços formais e informais, contemplando as diversidades sociais, regionais, raciais, étnicas, religiosas, de gênero e suas interseccionalidades.

– Estabelecer parcerias e compromissos com o poder público, academia, sociedade civil, iniciativa privada e organismos internacionais, voltados ao desenvolvimento de campanhas educativas, estudos e pesquisas e outras iniciativas para a promoção e proteção de direitos no ambiente digital e para educação midiática da população brasileira.

– Conscientizar a sociedade sobre a importância da educação midiática e cultura digital para a cidadania, o protagonismo popular e a democracia, e difundir conteúdos que promovam a educação para o uso consciente, saudável, crítico e seguro das mídias digitais.

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