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Lula tem reuniões para discutir crise com Israel

O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, se reuniu nesta manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir como o governo brasileiro irá reagir à decisão do governo israelense de declarar chefe de Estado brasileiro como persona non-grata no país e à convocação do embaixador do Brasil em Tel-Aviv pela chancelaria de Israel a uma reunião no Museu do Holocausto.

As medidas adotadas pelo governo de Israel ocorreram após discuro de Lula, que estava na Etiópia, ter comparado a ação israelense na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 28 mil mortos e levou ao deslocamento forçado de mais de 1,5 milhão de paletinos, ao Holocausto, extermínio de judeus promovido pelo ditador Adolf Hitler no século passado.

A fala, segundo fontes do governo, foi feita de improviso durante uma entrevista coletiva. Mas gerou indignação entre entidades judaicas e levou o premiê Benjamin Netanyahu a dizer que o presidente brasileiro “cruzou a linha vermelha” ao fazer tal comparação.

Aqui no Brasil, deputados federais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), liderados por Carla Zambelli (PL-SP), afirmaram neste domingo (18) terem assinado um pedido de impeachment contra o presidente Lula (PT), documento a ser protocolado na Câmara nesta terça-feira (20).

De acordo com os bolsonaristas, o pedido irá se basear em um dos pontos do artigo 5º da lei 1.079/1950, que estabelece como uma das causas de crime de responsabilidade “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.

Para prosperar no Congresso, porém, o impeachment precisa, em primeiro lugar, de uma autorização formal do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), hoje aliado de Lula.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite deste domingo, após a repercussão negativa das declarações do mandatário sobre a guerra na Faixa de Gaza.

Para defender o presidente, Gleisi se voltou contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Em publicação na rede social X, antigo Twitter, Gleisi afirmou que a manifestação de Lula foi dirigida “ao governo de extrema-direita de Israel, e não aos judeus, ao povo israelense, como tenta manipular Netanyahu”.

O vice-presidente Geraldo Alckmin também comentou o episódio. Após reunião com empresários na sede da Fiesp nesta segunda-feira, Alckmin disse que o presidente Lula deixou claro que o ato do Hamas foi terrorista e que ele defende um cessar-fogo em busca da paz. “O Brasil não tem litígio com ninguém e busca entendimento que poupe vidas”, afirmou.

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