Necropsia de menina de 2 anos torturada no RJ aponta morte por ‘politraumatismo torácico e abdominal’ e produzida por meio ‘cruel’
O laudo da necropsia da menina Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima, de 2 anos, a que o g1 teve acesso apontou que ela morreu em virtude de politraumatismo torácico e abdominal causado por ação contundente e produzido por meio cruel.
A análise vai de encontro a desconfiança da médica da Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, em Guaratiba, que desconfiou do estado da criança na quinta-feira (9), e procurou a polícia.
Segundo a profissional, a criança já chegou a unidade de saúde sem vida e tinha morrido pelo menos uma hora antes de o pai dar entrada no local.
Síndrome da Criança Espancada
O laudo corrobora também a tipificação da polícia de morte por maus-tratos, já que fala em Síndrome da Criança Espancada – uma situação descrita na literatura médica em que a comunicação de um ferimento de uma criança não condiz com a análise clínica dela e revela um espancamento.
Segundo a delegada Márcia Helena Julião, titular da 43ª DP (Guaratiba), Quenia apresentava 59 lesões pelo corpo. Ainda de acordo com a delegada, o pai disse em depoimento que a criança não se alimentava há pelo menos três dias.
O pai e a madrasta de foram presos em flagrante na quinta-feira (9). Marcos Vinicius Lino nega as agressões e diz que tudo “é um erro”. Já Patricia André Ribeiro afirma que a enteada se machucou caindo.