‘Parece que estamos perto de um vulcão’: o sufoco na cidade campeã de calor

“Parece que estamos próximos de um vulcão”. É dessa forma que o empresário Rider Soares, de 39 anos, define os últimos dias em Porto Murtinho (MS). A cidade de 17 mil habitantes, a 438 km de Campo Grande, registrou a maior temperatura do Brasil na segunda (13), segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia): 42,2°C. No domingo, chegou a 42,7ºC, superando a máxima do dia anterior de 42,3º C.

Como o calor afeta moradores?

Moradores dizem que é difícil sair de casa. “Aqui sempre foi calor, mas nesses últimos dias está demais. É impossível sair nas ruas ou trabalhar em um ambiente sem ar-condicionado. Logo cedinho já está calor e segue abafado até quando escurece. Sair na rua dá a sensação de estar em algum lugar fechado, quase sem ar”, diz o empresário Rider Soares.

Só tomando muito tereré e ficando no ar-condicionado para refrescar um pouco.Rider Soares, empresário

Quem precisa sair para trabalhar busca alternativas. O motorista Marcelo Santos, de 42 anos, conta que passou a ter sempre no veículo uma bolsa térmica com garrafinhas de água.

Mesmo com o ar-condicionado do carro ligado e a proteção de insulfilm, fica muito quente. Como não tem como parar toda hora para beber água, levo as minhas e só paro quando preciso enchê-las de novo.Marcelo Santos, motorista

Sorveteira fatura. As altas temperaturas são uma vantagem para Marilei Bagarolo Silva, de 64 anos, que tem uma sorveteria na cidade. O movimento maior é à noite, quando o sol dá uma trégua. Ela mesma se refresca tomando muita água e um sorvetinho.

As pessoas ficam desesperadas querendo algo gelado para se refrescar. Daí à noite, quando não tem mais sol, elas aproveitam para sair de casa e tomar sorvete. O movimentou aumentou uns 30% nos últimos dias.Marilei Bagarolo Silva