Parte do terrítório das cidades foi construída sem o processo de urbanização

Na coluna desta semana, Raquel Rolnik comenta sobre a urbanização e o início das campanhas políticas para prefeituras em todo o Brasil. Segundo a professora, é exatamente agora que aparecem as balas de prata, ou seja, aqueles candidatos que vão prometer acabar com o problema disso, acabar com o problema daquilo. “E se existe alguma questão complexa do processo de urbanização do nosso país é o fato de que boa parte do que é o território das cidades foi construída feita sem ter sido urbanizada previamente.  Nós estamos falando das favelas, das comunidades, das periferias do país. Depois que já foi feito, conseguir urbanizar e transformar, e introduzir infraestruturas, introduzir qualidade urbanista, é uma questão absolutamente complexa e difícil”.

A dificuldade, segundo a colunista, se deve ao fato de já estar construído de um outro jeito e porque são áreas extremamente dinâmicas, que vão crescendo e se transformando enquanto ocorre a urbanização.  “São processos muito específicos que tem, digamos, formas específicas e particulares de construir, que precisam ser profundamente entendidas”, acrescenta.

A professora ainda elogia a criação do prêmio Periferia Viva, que está com inscrições abertas até o dia 18 de agosto, no site do Ministério das Cidades.  É um premio “muito importante para identificar formas de atuação sobre esses territórios, feitas de uma forma profundamente enraizada com o território por quem vive ali, atua ali,  portanto, trazendo soluções que dialogam com a questão real”.