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Após EUA retomarem sanções à Venezuela, Brasil faz novos contatos para distensionar clima entre países

O governo brasileiro iniciou contatos com os Estados Unidos e a Venezuela, com o objetivo de distensionar a situação após a volta das sanções aplicadas pelos norte-americanos a Caracas.

A decisão dos Estados Unidos aconteceu depois que a Suprema Corte venezuelana impediu a candidatura presidencial da principal líder da oposição a Nicolás Maduro, Maria Corina Machado.

Segundo diplomatas e fontes do Planalto, as conversas acontecem com Washington e Caracas, mas ainda em nível “exploratório”. “É um processo de negociação e requer tempo”, disse uma fonte à GloboNews em reservado.

O Brasil é um dos países que mediam os debates para estimular a democracia na Venezuela, ao mesmo tempo em que não condena o regime de Maduro. Para Lula, as sanções dificultam o processo

As conversas acontecem em duas frentes. Através do assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, e de diplomatas do Ministério das Relações Exteriores.

Apesar de nenhuma declaração oficial ter sido dada sobre o veto à opositora de Maduro, ao contrário de países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador, o governo brasileiro admite, nos bastidores, que a atitude do governo venezuelano significa um “retrocesso” frente ao que foi acordado e combinado em encontros nos últimos meses.

No último deles, em outubro do ano passado, em Barbados, o governo venezuelano fechou acordo com a oposição para a realização de eleições presidenciais livres e justas em 2024. O ‘Acordo de Barbados’ foi mediado pela Noruega e teve, entre outros países, o Brasil e os Estados Unidos como países ativos em seus diálogos.

No poder desde 2013, Nicolás Maduro se reelegeu em 2018, depois de proibir que os dois principais rivais participassem da eleição. A ONU se recusou a enviar observadores internacionais e a oposição denunciou fraudes e compra de votos. Grande parte da comunidade internacional considerou ilegítima a eleição de Maduro.

Declarações do presidente Lula

Em maio do ano passado, Lula criticou as sanções internacionais impostas ao regime ditatorial comandado por Maduro e afirmou que bloqueios econômicos são piores que a guerra.

O presidente recebeu Nicolás Maduro para uma reunião fechada, em Brasília. Em discurso, Lula defendeu Maduro e disse que as acusações de que a Venezuela é uma ditadura fazem parte de uma “narrativa”. A declaração repercutiu mal dentro do próprio encontro de presidentes.

Em junho, o presidente do Brasil voltou a comentar o regime de Nicolás Maduro. Em entrevista para a Rádio Gaúcha, Lula disse que o conceito de democracia “é relativo”.

Mais tarde, no mesmo dia, Lula baixou o tom, e disse gostar da democracia. “A gente gosta de democracia, a gente gosta de ter tem gente protestando contra a gente, a gente gosta quando tem greve contra a gente, a gente gosta quando negocia. Nada disso é contra a democracia”, disse Lula.

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