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Cidade futurista da Arábia Saudita caiu por terra

A Arábia Saudita, em uma busca por romper com sua tradicional dependência do petróleo, anunciou um projeto futurista de proporções titânicas: a construção de uma megalópole chamada The Line. Originalmente concebida para ser uma cidade linear espelhada estendendo-se por 170 quilômetros ao longo do Mar Vermelho, The Line prometia revolucionar o conceito de urbanismo com suas estruturas deslumbrantes e inovações sustentáveis.

Contudo, apesar das visões grandiosas e do entusiasmo inicial, The Line enfrentou uma redução significativa em seus planos. De uma estimativa de abrigar quase 9 milhões de habitantes movimentando-se em trens de alta velocidade, agora se espera que, até 2030, a cidade tenha pouco mais de 300.000 residentes e um desenvolvimento urbano que se estende por apenas pouco mais de 2,4 quilômetros.

O que mudou no ambicioso projeto de The Line?

A revisão do projeto de The Line, de uma megaestrutura para uma versão mais modesta, levanta questões. Originalmente, este empreendimento estava orçado em impressionantes $1,5 trilhão, com uma visão de uma cidade sem carros, totalmente sustentada por energia limpa. No entanto, diversos fatores, incluindo questões orçamentárias e resistência local, forçaram uma revisão significativa dos planos. Enquanto isso, as críticas ao projeto e a figura de seu idealizador, o príncipe regente Mohammed bin Salman, também cresciam devido a questões éticas e políticas.

Que desafios The Line enfrenta?

Desde o início, o projeto de The Line foi marcado por ceticismo e controvérsia. A ambiciosa cidade enfrentou resistência por parte de povos locais, como a tribo Howeitat, além de críticas direcionadas ao seu idealizador por violações de direitos humanos. Além disso, problemas orçamentários emergiram, com empreiteiras começando a cortar vagas de emprego e o governo saudita ainda não aprovando o orçamento de 2024 para a Neom. Esses desafios sublinham a complexidade de trazer uma utopia deste calibre à realidade num ambiente tão desafiador.

A visão para o futuro de The Line ainda é viável?

A redução de escala de The Line abre um diálogo importante sobre a viabilidade de projetos megalomaníacos no cenário urbano moderno. Embora as inovações e o compromisso com a sustentabilidade sejam admiráveis, a execução de tais projetos enfrenta inúmeros desafios práticos e éticos. No entanto, a Arábia Saudita segue comprometida com o plano de diversificação econômica, incluindo através do desenvolvimento de projetos ambiciosos como The Line, uma cidade industrial, portos, atrações turísticas, e um resort que espera sediar os Jogos de Inverno Asiáticos em 2029. O futuro de The Line, embora mais modesto do que o anunciado originalmente, ainda promete ser um marco na jornada da Arábia Saudita rumo à inovação e sustentabilidade.

Apesar dos obstáculos, a ideia de uma megalópole futurista no coração do deserto capturou a imaginação de muitos e continua a ser um dos projetos mais falados no mundo do desenvolvimento urbano. Qual será o legado de The Line? Somente o tempo dirá, mas uma coisa é certa: a jornada da Neom é uma narrativa fascinante de ambição, desafio e a busca por uma harmonia entre inovação e sustentabilidade.

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