O homem que morreu na segunda-feira dentro do Complexo Penitenciário da Papuda morava no Distrito Federal há 25 anos e trabalhava em uma distribuidora de bebidas. Cleriston Pereira da Cunha tinha 46 anos e foi preso por suposto envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Natural de Feira da Mata (BA), Cunha morava em Vicente Pires, uma das regiões administrativas do DF. Tinha o ensino fundamental completo e trabalhava como comerciante. Ele era o dono da Distribuidora do Clezão, batizada com seu apelido.
Cunha também era casado e tinha duas filhas, de 21 e 19 anos. Segundo afirmou em audiência de instrução do processo, nunca havia sido preso antes.
Também na audiência, ele afirmou que foi à manifestação acreditando que ela seria pacífica.
— Se eu soubesse que seria violenta não teria ido — alegou.
Ele foi detido dentro do Senado no dia 8 e desde então estava preso. Em abril, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes e tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda não havia previsão de quando ele seria julgado em definitivo.
A PGR afirmou que foram encontradas em seu celular mensagens com “palavras e expressões de cunho políticoideológicas, golpistas e antidemocráticas”, mas não detalhou os diálogos.
De acordo com registros da penitenciária, Cunha sofria de diabetes e hipertensão e utilizava medicação controlada. Ele também teve seis atendimentos médicos entre janeiro e maio, além de ter sido encaminhado para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em maio.