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Presos donos de rede de barbearia com unidades no RS e no RJ usada para lavar dinheiro do tráfico de drogas, segundo polícia

A Polícia Civil prendeu preventivamente, entre o domingo (17) e esta quinta-feira (21), dois irmãos responsáveis por administrar uma rede de barbearias com unidades no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. De acordo com a investigação, os locais lavavam dinheiro proveniente de tele-entrega de drogas no Litoral Norte e na Região Metropolitana.

Allan Berkai Fernandes foi preso em casa, em Porto Alegre. Já a prisão de Erick Berkai Fernandes ocorreu em frente a filial da barbearia em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Em contato com o g1, o advogado Daniel Escalona, que atua na defesa dos irmãos e sócios, afirmou que ainda não teve acesso à integra dos autos, mas sustenta que Allan e Erick são inocentes. “São dois trabalhadores, até o momento não se tem claramente uma demonstração das razões que ensejaram essas prisões”, diz.

Ele acrescenta que “não há uma prova material que ligue diretamente essas pessoas ao tráfico de drogas ou a lavagem de dinheiro”.

Erick Fernandes ostentava carros de luxo — Foto: Arquivo Pessoal

Erick Fernandes ostentava carros de luxo — Foto: Arquivo Pessoal

As prisões de Allan e Erick fazem parte de uma operação conduzida pela 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico. A ofensiva busca desarticular uma organização criminosa cuja movimentação financeira foi de pelo menos R$ 20 milhões em um ano e meio, conforme a polícia. Outras oito pessoas foram presas.

Foram mobilizados 300 policiais civis na operação. Ao todo, foram 200 ordens judiciais, cumpridas em Porto Alegre, Região Metropolitana, Litoral Norte do RS e na cidade do Rio de Janeiro.

Dono da rede de barbearias ostentava vida de luxo nas redes sociais — Foto: Arquivo Pessoal

Como funcionava o esquema

De acordo com o delegado Gabriel Borges, à frente da operação, foi possível constar um grande esquema de tele-entrega de entorpecentes. O negócio envolvia pelo menos 20 entregadores que atuavam 24 horas por dia, distribuindo drogas a clientes de alto poder aquisitivo. As vendas eram tratadas em grupos em redes sociais.

A polícia explica que, para mascarar e ocultar a origem do patrimônio ilícito, o grupo usava uma empresa de fachada — constituída sob uma pessoa jurídica de locação de veículos. Os valores eram transferidos a contas bancárias da rede de barbearias.

“Todas as barbearias também estão sendo objeto de mandado de busca e apreensão, de modo a materializar ainda mais as atividades ilícitas e a mescla do patrimônio lícito com aquilo que é oriundo do tráfico de drogas”, relata o delegado.

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