O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta 3ª feira (10.out.2023) que a guerra entre Israel e Palestina é resultado da “falha da política dos Estados Unidos no Oriente Médio”, pois o país norte-americano tentou “monopolizar a solução da crise”.
A declaração foi dada em Moscou durante um encontro do presidente russo com o premiê do Iraque, Mohammed Sudani. Putin disse que os EUA pressionaram os 2 lados do conflito armado, “sem levar em consideração os interesses do povo originário palestino”.
O presidente russo acrescentou ainda que o fracasso dos EUA resultou na impossibilidade de cumprir as decisões do Conselho de Segurança da ONU sobre a criação de um Estado palestino “soberano e independente”.
ENTENDA O CONFLITO
Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.
O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.
A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967), 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000). Entenda mais aqui.
Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, árabes recusaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.