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Luz que sobra em Paris falta no esporte daqui

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024 será realizada em 26 de julho com início previsto para as 20h24 (horário de Paris). Pela primeira vez, o ritual de abertura dos jogos será visto fora do estádio olímpico da cidade-sede. O palco da festa que costuma bater todos os recordes de audiência global na TV será a cidade luz.

A cerimônia terá lugar às margens do rio Sena, na zona central de Paris. O famoso desfile dos 10.500 atletas, aquele que conecta os torcedores de todos os países, será feito em 116 barcos que partem da Ponte de Austerlitz e seguem até a Ponte d’Iena. Em seguida, os barcos ancoram juntos na Esplanada do Trocadero, onde ocorrerá o grand finale, bem em frente à Torre Eiffel.

Os organizadores esperam um público de 600 mil pessoas, que deverão pagar ingressos custando de € 90 a € 2.700 (de R$ 450 a R$ 13.500). A opção por uma festa nas ruas foi escolhida pelos organizadores parisienses justamente pela oferta de maior espaço para o público. Existem poucos estádios no mundo com capacidade próxima dos 100 mil lugares.

A ideia de uma cerimônia “aberta” não é nova. Os jogos Rio-2016 trabalharam com uma alternativa de cerimônia de abertura na praia de Botafogo, aos pés do Pão de Açúcar. O plano avançou até um veto do COI (Comitê Olímpico Internacional) por questões de segurança e trânsito.

Paris tem o trânsito equacionado pelo metrô e decidiu apostar numa ajuda do público, que será convidado a funcionar como olhos e ouvidos das equipes de segurança, para assegurar uma cerimônia inédita com visual avassalador. O espetáculo será dirigido pelo diretor de teatro Thomas Jolly e deve mudar a história das cerimônias de abertura dos megaeventos.

Mesmo com planos tão elegantemente ambiciosos, Paris entra na fase de pressão para concluir as obras e os programas de preparação para os jogos. Trata-se de um clássico no ritual olímpico. Quando começa a contagem regressiva de um ano para a abertura dos jogos, o COI costuma acionar a sua máquina de propaganda para vazar notícias capazes de manter a pressão sobre os organizadores no seu nível mais alto.

Por falar nisso, seria ótimo se o fogo amigo dos dirigentes olímpicos pudesse ser usado também para pressionar os países que estão realmente atrasados na preparação dos seus atletas para a principal competição do universo.

Mesmo com os atrasos, de praxe na organização dos jogos, Paris segue sendo a cidade luz na mesma medida em que o esporte olímpico brasileiro segue no escuro. Agora, com um daqueles ministros que aparenta ser incapaz de detectar as diferenças entre esportes praticados com a bola redonda e aqueles que preferem a bola oval, como reza uma piadinha clássica entre os jornalistas especializados.

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