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Para a economia o entendimento Lula-Lira é essencial, mas nem toda a concordância é boa

É muito importante para a área econômica que haja esse entendimento entre o presidente da República e o presidente da Câmara, a dupla Lira e Lula. Hoje, enfim, eles tiveram um encontro no café da manhã. A reforma tributária será votada na Câmara em breve , e o ministro Fernando Haddad está com muita esperança de que seja aprovada.

Falamos há muito tempo de reforma tributária no Brasil. Esse é um projeto antigo que já estava no Congresso, desde antes do governo Bolsonaro, que sabotou essas propostas. Se essa unificação de impostos der certo, com alíquotas que não elevem a carga tributária, será um choque positivo de produtividade na economia brasileira.

Há um projeto de lei importante também do ministro Haddad, de elevar a arrecadação através do voto de qualidade do governo no Carf, que é a última instância de decisão sobre questões tributárias na área administrativa. Havia sido feito através de medida provisória, que não foi votada, por isso foi encaminhado como projeto de lei.

O que o café da manhã de hoje abre é a possibilidade de que o governo mude em relação ao Congresso. Ministros não recebem parlamentares, não avisam quando vão para agendas dos estados, emendas obrigatórias não estão sendo liberadas. Tudo isso pode ser corrigido. Principalmente, o presidente Lula precisa se envolver mais com essa busca de maiorias parlamentares.

Mas nem tudo o que o deputado Arthur Lira quer é bom para o país. Ele quer manter o poder excessivo que o parlamento adquiriu no governo Bolsonaro sobre o orçamento. Nem tudo o que o presidente Lula quer na área econômica é bom para a economia. Por isso, é preciso que eles se entendam sobre algumas pautas, sobre outras terão desentendimentos.

Lira disse na CNN que o Congresso é conservador e liberal. Se fosse mesmo, não teria apoiado Jair Bolsonaro, que é o antiliberal em relação à principal liberdade, que é a democracia. É um nome bonito que eles dão para si mesmos.

Em muitas pautas, a maioria do Congresso é hostil à pauta do governo, por exemplo na área ambiental, mas o nome disso não é nem conservador, nem liberal. O nome é antiambiental e em muitos casos é retrógrado, arcaico e apoiador de medidas que favorecem a grilagem.

Então nessa pauta, é até bom que Lula jamais se aproxime do que pensa grande parte desse Congresso.

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