A 3ª Promotoria de Justiça Militar e a Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal deflagraram, nesta segunda-feira 29, uma operação sobre suposta prática de tortura contra um soldado durante o curso de Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque.
Agentes cumpriram 14 mandados de prisão temporária e apreenderam os celulares dos policiais supostamente envolvidos. A Justiça também determinou a suspensão do curso até o fim das investigações e o afastamento do comandante do BPChoque, Calebe Teixeira das Neves.
Vítima do caso, o soldado Danilo Martins diz ter sido agredido e humilhado para que desistisse do curso de formação. Em denúncia encaminhada ao Ministério Público, relatou que lançaram gás lacrimogênio e gás de espuma em seu rosto e que foi obrigado a tomar café com sal e pimenta, além de ter sido agredido com pauladas e chutes no joelho, no rosto e no estômago.
Ainda de acordo com a vítima, as agressões só pararam quando ela assinou o termo de desistência do curso, depois de oito horas. Martins chegou a ficar seis dias internado em um hospital e afirmou ter sido diagnosticado com insuficiência renal, ruptura no músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral.
A Polícia Militar informou que a Corregedoria abriu um inquérito e que o tenente Marco Teixeira, apontado como o responsável por liderar as agressões, se desligou da coordenação voluntariamente. Em nota, no entanto, ele negou que Danilo Martins tenha sido forçado a assinar a desistência e disse que “não há que se falar em tortura”.
Também em nota, a defesa de 12 dos agentes investigados argumentou que “em nenhum momento os referidos Policiais Militares foram notificados para prestarem quaisquer tipos de esclarecimentos”.