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Cidades inteligentes e qualidade de vida para todos

Recentemente ouvi uma frase que me chamou muito a atenção: o século XIX foi dos impérios, o século XX foi dos países e o século XXI é das cidades. Apesar da inegável importância de cada um dos entes federativos, nós vivemos e trabalhamos nos municípios. Consequentemente, é nos centros urbanos onde buscamos por saúde, educação e demais serviços públicos. Nos últimos anos, a busca desenfreada por crescimento gerou cidades com grande número de pessoas, mas sem o planejamento necessário para atender as demandas da população. Por isso, cada vez mais, passamos horas no engarrafamento, nas filas de espera e na infindável burocracia.

A solução deste problema é investirmos em cidades inteligentes. E, para isso, é imprescindível que a população participe do processo, afinal, nenhuma transformação é possível sem a contribuição daqueles que são os mais interessados: os cidadãos. Precisamos fazer um diagnóstico dos municípios e entender como é a cidade em que vivemos hoje? E como queremos que esta cidade seja no futuro?

Muito se engana quem pensa que uma cidade inteligente é apenas uma cidade digital. Lâmpadas de LED e Wi-Fi nas praças são ferramentas, mas não conceitos em si mesmos. Este novo modelo de centro urbano é habitado por pessoas dispostas e capazes de sugerir soluções e participar das discussões e decisões. Por isso, tudo começa com a educação cidadã.

No entanto, para termos cidades inteligentes também é necessário que o poder público crie um planejamento estratégico que alinhe os objetivos da administração municipal à Agenda 2030 da ONU, trabalhando em busca das adequações legais, estruturais com infraestrutura necessária. Afinal, o verdadeiro crescimento não é um objetivo, mas uma consequência da busca pelo desenvolvimento.

É preciso compreender que o plano diretor do município, o plano plurianual e até mesmo as leis orçamentária anual e a de diretrizes orçamentárias são ferramentas para planejamento e diagnóstico das capacidades e das dificuldades de cada município. O pensamento é amplo.

Trabalhar por cidades inteligentes implica investimentos em infraestrutura, mobilidade, saneamento básico, saúde e educação, pois, quem trabalha também precisa se locomover e deve ter acesso a serviços públicos de qualidade. E por isso que, no final de maio, reunimos grandes cabeças: acadêmicos, líderes, parlamentares e prefeitos; em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o tema central foi “Cidades Inteligentes e o Desenvolvimento dos Municípios Mineiros”, tema que também foi destaque em várias falas durante o 38º Congresso Mineiro de Municípios, promovido pela Associação Mineira de Municípios (AMM) no mês passado, e também na XXIV Marcha a Brasília, da Confederação Nacional de Municípios (CNM), realizada no final de abril.

Já na audiência da ALMG, foi lançado o esboço do projeto Minas Inteligente e anunciado o protocolo do projeto de lei 789/23, para incentivar as práticas que garantem o desenvolvimento das cidades inteligentes. Tratamos estes conceitos de maneira interligada, buscando oferecer aos cidadãos o bem-estar e a qualidade de vida que todos merecem.

Não é sobre máquinas e obras, é sobre passar menos tempo em filas e engarrafamentos e aproveitar mais com a família e os amigos, é sobre viver em um ambiente seguro e agradável, preparado para os desafios, as intempéries. Cidades Inteligentes é qualidade de vida para todos!

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