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PF quer que Cid revele com quem conversava nos áudios em que critica Moraes

A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), assegura que o acordo de delação de seu cliente permanece intacto e não será revogado. Os advogados também afirmam que o pai dele, o general Lourena Cid, já revelou todos os detalhes sobre sua participação nas negociações para a venda de joias sauditas que envolvem o ex-mandatário. As informações são do jornalista Valdo Cruz, da GloboNews.

Na análise dos investigadores, a situação indica que Mauro Cid continuará cooperando com as investigações. Na prática, a Polícia Federal espera que Cid forneça todos os detalhes relacionados à divulgação dos áudios nos quais criticou o ministro Alexandre de Moraes e a própria corporação, inclusive revelando com quem estava em contato ao enviar os áudios.

A expectativa é que, ao relatar os detalhes do episódio, o inquérito possa descobrir novas evidências relacionadas ao possível envolvimento de aliados de Bolsonaro na suposta trama golpista discutida durante seu mandato. Caso se confirme, há receio por parte dos bolsonaristas de que pessoas próximas ao ex-presidente sejam implicados no episódio, o que poderia complicar ainda mais sua situação em outros inquéritos.

Os aliados de Bolsonaro mantêm a estratégia de defesa, argumentando que a suposta minuta do golpe nunca foi formalizada nem assinada pelo ex-presidente, e destacam que houve uma transição para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os investigadores, por sua vez, afirmam que já existem evidências de que a minuta não apenas foi discutida, mas também apoiada pelo ex-presidente. Eles destacam que a iniciativa não avançou devido à oposição dos ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior.

Em áudios divulgados pela revista Veja no final de fevereiro, atribuídos a Cid, o militar declarou ter sido pressionado pela PF durante os depoimentos. No áudio, o ex-ajudante de ordens ainda teria criticado o ministro do STF.

O ex-auxiliar de Bolsonaro foi preso em maio do ano passado após uma investigação sobre fraudes na carteira de vacinação do ex-presidente e de seus aliados.

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