Polícia e MPRJ tentam prender bicheiro Bernardo Bello por morte de advogado em Niterói; 3 são presos
O contraventor Bernardo Bello, um dos chefes do jogo do bicho no RJ, é procurado nesta quinta-feira (27) em uma operação da Polícia Civil do RJ e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para prender envolvidos na morte do advogado Carlos Daniel Dias André, em maio de 2022, em Niterói.
Até a última atualização desta reportagem, 3 pessoas haviam sido presas. Bello já é considerado foragido.
Os três presos são:
- Marcelo Magalhães (sócio em uma empresa especializada em vender kits para churrasco);
- Alan Diego (ex-sócio de Marcelo e apontado como braço financeiro da organização criminosa chefiada pelo bicheiro);
- Wallace Pereira Mendes (agente penitenciário).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/g/T/81AqEYRASNEdjIDjSEew/prisaooperacobicheiro.jpg)
Homem é preso durante operação que busca o bicheiro Bernardo Bello — Foto: Rafael Nascimento/g1 Rio
Agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir, no total, 6 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Olaria, Penha, Piedade e Quintino Bocaiúva.
A polícia apreendeu dinheiro em espécie e várias armas, como pistolas, fuzis e submetralhadoras.
“Investigações complexas porque essas organizações têm marcas e precisam de expertise. Essa é uma ação de um momento que vem de instabilidade no submundo [do crime] e essa é uma resposta para a população”, disse em coletiva o promotor e chefe do Gaeco, Fábio Correa.
Henrique Damasceno, diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, falou que a ação desta quinta é um “serviço contra os assassinos que atuam no submundo do crime.”
“Conseguimos identificar todos os personagens [da morte]. Estamos lidando com criminosos que fazem crimes complexos. O Bernardo Bello teve um mandado de prisão expedido pela Justiça e estamos nas ruas para buscá-lo e capturá-lo”, frisou.
Segundo a polícia, a moto usada no crime era clonada.
“Nesse tipo de homicídio, principalmente no jogo do bicho, eles agem de maneira minunciosa. Eles alugaram o hotel para monitorar, usaram um GPS. Ao longo da investigação comprovamos a atuação do bicheiro Bernardo Bello no crime, além do Marcelo Repolhão seu braço armado”, disse Pablo Valentim, delegado titular da DHNSG.
O promotor Pedro Simão destacou a “ousadia” de como a organização criminosa agia.
“A vítima foi executada dentro de um carro blindado, à luz do dia, na frente de todo mundo e nos braços do próprio filho. Isso afeta a dignidade de toda pessoa. Queremos cessar a atuação desses criminosos. Conseguimos identificar a atuação de todos os denunciados”, disse.
O grupo criminoso, segundo ele, se preparou para a empreitada.
“Dentro dessas participações, eu ressalto a logística, que me surpreendeu: a colocação de um aparelho GPS no carro da vítima que foi monitorada por oito dias. Ela foi executada num momento que eles acharam melhor.”