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PT e PSDB retomam antagonismo histórico

Na última sexta-feira (4), o imbróglio para decidir o tom na oposição do PT à governadora Raquel Lyra (PSDB) finalmente chegou ao fim. Ao longo da semana, o Diario de Pernambuco noticiou a reunião da executiva do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco para definir os principais pontos da nota oficial que seria divulgada com o posicionamento da legenda em relação à atual gestão estadual.

Após as deliberações, o diretório do partido chegou a uma à conclusão de que vai encampar uma “oposição comprometida com os interesses do estado”, pontuando como principais motivos para o antagonismo à governadora a conjuntura política nas últimas eleições e a “falta de diálogo com os sindicatos e a classe trabalhadora”. 

Leia o posicionamento na íntegra:

“Após um amplo debate interno que envolveu a direção partidária, parlamentares e gestores municipais, nos últimos meses, o PT de Pernambuco decidiu aprovar uma resolução sobre a atual conjuntura política no estado. É importante lembrar que, no ano passado, as urnas fortaleceram o projeto do partido em Pernambuco, garantindo uma grande vitória para o presidente Lula (PT), com mais de 66% dos votos válidos (3.640.933) e para a senadora Teresa Leitão, com 46% dos votos válidos (2.061.276), além da eleição de uma bancada estadual e federal.

No primeiro e no segundo turno da disputa, o PT apoiou candidaturas opostas a da atual governadora Raquel Lyra. Fato que, naturalmente, pelo resultado das urnas, coloca o partido em um campo de oposição ao da atual gestão. Além disso, o PT tem discordâncias políticas e administrativas, especialmente em diversas áreas de políticas públicas e sociais e na falta de diálogo da gestão atual com vários movimentos sociais e sindicais, em especial servidores e servidoras públicas. Vale destacar, ainda, que o governo Raquel Lyra mantém parceria com forças políticas que antagonizam com o projeto representado pelo governo do presidente Lula, que tem trabalhado pela reconstrução do país e pela melhoria da vida da população brasileira. 

Nesse contexto, o PT decide anunciar que estará na oposição ao governo tucano. O partido mantém o compromisso com o povo pernambucano de acompanhar e fiscalizar as ações da gestão estadual, e fará uma oposição comprometida com os interesses do estado, defendendo os grandes investimentos do presidente Lula em Pernambuco e as parcerias institucionais que vêm sendo estabelecidas pelo governo federal, governo estadual e os governos municipais”.

PSDB

Partido da governadora Raquel Lyra, o PSDB, por meio do governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional da legenda, Eduardo Leite, também divulgou um posicionamento oficial, e afirmou que “não fará parte do atual governo federal sob nenhum pretexto”. A legenda também reforçou que sempre divergiu ideologicamente do Partido dos Trabalhadores, embora diversas lideranças da sigla tenham apoiado, em 2022, a candidatura de Lula no segundo turno na disputa contra Jair Bolsonaro (PL).

Confira um trecho do posicionamento:

“O PSDB não fará parte do atual governo federal comandado pelo PT, em cargo nenhum sob nenhum pretexto. Respeitamos o presidente Lula. Ele é o presidente do Brasil, foi eleito pelos brasileiros, e temos – a executiva nacional, nossos governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores – o dever de ter com o atual governo uma relação institucional em defesa da população brasileira e do Brasil. Assim continuaremos. Sempre. Queremos um Brasil melhor, sim. E atuaremos para isso como oposição consequente, que reconhece que não era mais possível continuar como estávamos, mas que também sabe que o país ainda não tem um caminho claro, seguro e sereno de futuro”.

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